Substitutos ou Substituídos?

Sim, a cada dia buscamos a tecnologia como forma de facilitar nossas tarefas, sejam elas domésticas, profissionais, pessoais, enfim, facilitar nossas vidas.

Será que não estamos substituindo nossas vidas?

Os diversos meios globais de comunicação, seja pessoal como um simples telefone público que já não notamos nas calçadas, substituído por celulares usados para assistir à programação da televisão ou mesmo para ouvir música, já que as vitrolas deixaram de ser fabricadas, seja em massa como o jornal escrito que já não lemos, substituído pelos infinitos sites de notícias ou relacionamentos, enfim, a modernidade tecnológica do teclado substituiu o bom lápis de ponta bem afiada e a caligrafia que um dia aprendemos pelo capricho das professoras do jardim do éden.

Precisamos notar mais uns aos outros, além do carro que mal saiu da loja e já não é novo, das roupas de etiquetas escondidas sob as quais nos queremos mostrar.

Precisamos notar mais uns aos outros, além das nossas próprias necessidades e anseios.

Precisamos notar que os outros são mais felizes por bem menos do que um dia tivemos para o sermos e ainda depois de tanta conquista não estamos satisfeitos.

Precisamos ver que para sermos felizes é necessário simplesmente notar a vida que levamos ou que perdemos buscando o melhor.

As oportunidades de convívio pessoal não podem ser substituídas pela frieza das mensagens de e-mail, encaminhadas por nós sob o pretexto de compartilhar a informação útil a quem as redigiu, sem ao menos percebermos que não dizem nada do que realmente sentimos ou podemos expressar com nosso olhar, com nosso abraço, com nossas próprias palavras bem ditas, ainda que incompreendidas por muitos.

Todo ano paramos, em alguns raros momentos, para refletir e efetivamente desejar um dia melhor para os outros e não apenas para nós mesmos quando queremos fugir do caos da vida moderna.

Vamos fazer desse momento de reflexão uma rotina mais presente e veremos o quanto será mais valorosa a nossa própria vida!

Adamastor Freitas – 12/2009

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